3 REGRAS DE OURO DAS FINANÇAS PESSOAIS.
Lidar com dinheiro é
algo bastante óbvio, afinal todo mundo sabe que é importante economizar,
investir e cuidar para que não gastemos além de nossa capacidade de pagar.
Acontece que nossas decisões costumam ser tomadas muito mais com base nas
nossas emoções e sentimentos do que a partir do que sabemos (ou achamos que
sabemos).
Se somamos ao nosso
frágil processo de tomada de decisões financeiras a falta de incentivo e
interesse para discutir as finanças, atingimos a realidade da maioria das
famílias brasileiras: o
dinheiro ainda é um tabu e a inclusão social pelo consumo tornou-se uma
esperança de mudar o status familiar.
A educação financeira
precisa ser valorizada, e seu valor só será realmente entendido quando todos
nós conversarmos sobre dinheiro de uma forma natural.
Mas não adianta só conversar,
é preciso praticar! Assim, as regras propostas abaixo visam colocar em marcha
algumas transformações familiares cujo propósito é simples, porém poderoso: que você e sua família parem
de enxergar o dinheiro como sinônimo de problema.
1. Gaste menos do que ganha
O padrão de vida é
mais do que apenas um nome bonito para definir como devemos viver. O padrão de
vida é o que determina se seremos capazes de manter nossa qualidade de vida e
criar patrimônio para aproveitar a vida durante todas as suas fases.
Assim, viver um
padrão de vida sustentável é o primeiro passo para organizar as finanças
pessoais e o orçamento familiar. Na prática, isso significa manter as despesas
mensais abaixo das receitas, de modo que exista sobra capaz de ser investida
para sonhos e projetos familiares de curto, médio e longo prazo.
Viagens, casa
própria, um carro novo, cursar um MBA, dentre outras realizações, são exemplos
de decisões que precisam ser pensadas de acordo com o padrão de vida, e não o
contrário (muita gente compra para só depois ver como vai conseguir pagar).
Existe um termo que
define bem a ideia de viver com menos do que ganhamos: sustentabilidade
financeira.
2. Não comprometa mais do que 30% da renda com
dívidas
É preciso aceitar e
entender as implicações de viver em um país com uma das taxas de juros mais
elevadas do mundo. Por aqui, os juros do cartão de crédito são, em média, de
238% ao ano. No Peru, os juros são de 55%; no Chile, 54,24%; na Argentina, 50%.
Nos EUA, a taxa média é de 17% ao ano.
Isso significa que
uma dívida não paga no cartão de crédito pode dobrar em pouco mais de seis
meses aqui no Brasil. O cheque especial também é perigoso na medida em que
juros elevados (130% ao ano) e é muito fácil de usar. Tenha em mente que
crédito fácil é crédito caro.
É prudente, portanto
controlar o nível de endividamento familiar para não permitir que os juros
cobrados criem o famoso efeito “bola de neve”. É consenso entre especialistas
que o nível máximo de dívidas ou compras parceladas não ultrapasse 30% do
orçamento familiar mensal.
3. Tenha uma reserva para emergências
Se você perdesse o
emprego hoje, por quanto tempo suas economias manteriam seu padrão de vida
atual? O que acontece com o orçamento familiar se um dos membros da família
parar de trabalhar? Como lidar financeiramente com uma emergência grave de
saúde?
As perguntas são
fortes, mas representam situações cotidianas. Embora não queiramos vivenciar
momentos assim, é preciso considera-los e aceitar que eles podem ocorrer a
qualquer hora e com qualquer um (e isso inclui você e sua família!).
A reserva para
emergências consiste em um ter um dinheiro guardado para ajudar nos momentos de
estresse e falta de recursos. É como se você fosse seu próprio banco,
emprestando dinheiro para resolver problemas graves, mas sem cobrar juros.
Sugiro que você tenha o equivalente a 10 meses de receitas (seis meses já é um
bom começo)